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13 de agosto de 2025O cenário: a década decisiva da transição energética
Se 2020 foi o início da corrida, 2030 será a linha de chegada de quem se posicionou — e de quem ficou para trás. O mundo está diante de uma transformação sem precedentes: triplicar a capacidade instalada de renováveis até o fim da década é uma meta já assumida por G20, IEA e BloombergNEF. Mas atingir esse objetivo depende de tecnologia, regulação e infraestrutura — e o Brasil, apesar de sair na frente em matriz limpa, ainda precisa acelerar.
Enquanto isso, países como China, Índia e EUA escalam investimentos bilionários em solar, eólica, hidrogênio verde e armazenamento, criando um novo mapa energético mundial. O que isso significa na prática? Quem liderar essa transformação não vai apenas gerar energia — vai gerar influência geopolítica e valor de longo prazo.

As principais tendências globais em energias renováveis até 2030 incluem um aumento significativo na geração de eletricidade renovável, com a energia solar fotovoltaica superando a hidrelétrica e a eólica, e a expansão do hidrogênio verde. O Brasil, com sua matriz energética diversificada, tem potencial para atingir 50% de renováveis até 2030, impulsionado por investimentos em energia solar e eólica. A digitalização das redes elétricas e o armazenamento de energia também são tendências importantes para o futuro.
Os números globais que você precisa saber
- O mundo adicionou 510 GW de capacidade renovável em 2023 — novo recorde histórico, liderado por China, EUA e Índia.
- Mais de 74% dos projetos solares e eólicos em construção no mundo hoje estão na China, com mais de 510 GW em pipeline.
- O G20 definiu que até 2030 os países precisam triplicar a capacidade renovável e dobrar a eficiência energética.
- A matriz elétrica brasileira é 86% renovável, com destaque para 54 GW em energia solar — mas o país ainda está atrás na descarbonização da indústria e transporte.
O Brasil está na liderança? Depende do que você está medindo
Sim, em matriz elétrica. Não, em estratégia industrial.
O Brasil tem uma das matrizes mais limpas do mundo. Mas ainda depende de combustíveis fósseis em setores críticos como transporte pesado, agroindústria e siderurgia. A participação de renováveis no consumo total de energia é de apenas 46%, segundo o Ministério de Minas e Energia.
A cadeia produtiva nacional ainda é dependente de importações tecnológicas (módulos, inversores, trackers, baterias), o que reduz competitividade e autonomia industrial.
As 5 grandes tendências globais até 2030 (e como elas impactam o Brasil)
1. Solar + BESS como padrão de projeto
Sistemas híbridos com baterias deixaram de ser “alternativa” para se tornarem o novo básico. A combinação entre geração solar + armazenamento é essencial para estabilidade da rede e mitigação de picos.
Brasil precisa investir em AC BESS e armazenamento em larga escala.
2. Hidrogênio verde como vetor industrial
O mundo aposta no H₂V como solução para setores de difícil eletrificação (cimento, aço, fertilizantes). O Brasil tem potencial hídrico e solar para ser hub mundial — mas ainda falta escala e política fiscal agressiva.
A MTX26 já acompanha os primeiros projetos no Nordeste e pode estruturar consórcios.
3. Digitalização e smart grids
Com a descentralização da geração, cresce a demanda por redes inteligentes, com medição em tempo real, resposta à demanda e inteligência de consumo.
O Brasil ainda opera em redes analógicas em boa parte do território.
4. Transição energética regionalizada
Acordos entre países vizinhos (como os BRICS) projetam interconexões energéticas e hubs logísticos. Quem liderar esses movimentos, lidera o fluxo energético do continente.
O Brasil pode ser central — mas precisa acelerar sua infraestrutura de transmissão.
5. Energia como ativo financeiro
A eletricidade renovável está se tornando um ativo negociável, com contratos longos (PPAs), offsets de carbono e derivativos de energia. Investidores institucionais começam a ver infraestrutura energética como classe de ativo mais segura que ações.
O Brasil precisa destravar financiamento bancável para projetos de GD, armazenamento e H₂V.
O que o Brasil precisa fazer — agora
- Acelerar o Plano Nacional do Hidrogênio com metas reais de produção e exportação.
- Modernizar o setor de transmissão, com digitalização e redes inteligentes.
- Desburocratizar o licenciamento ambiental, especialmente para storage e híbridos.
- Aproximar mercado financeiro da infraestrutura energética, com garantias regulatórias claras.
- Educar o mercado sobre energia como estratégia, não apenas como custo operacional.
Como a MTX26 já está agindo
A MTX26 não espera o futuro acontecer. Já estamos:
- Estruturando usinas com integração de BESS e tecnologia bifacial de última geração;
- Criando modelos de negócio para cotas de usinas com retorno regulado + offset de carbono;
- Analisando viabilidade de entrada em projetos piloto de H₂V;
- Desenvolvendo estudos de viabilidade energética e ESG para empresas de médio e grande porte que querem se alinhar à Agenda 2030.
2030 não é mais o futuro. É o plano.
Quem quer participar da transição energética precisa fazer agora o que o mercado global vai reconhecer depois. O Brasil tem o potencial. A MTX26 tem o projeto. E a hora certa já começou.