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O Brasil vive um paradoxo: ao mesmo tempo em que bate recordes em novas conexões de geração distribuída e centralizada, enfrenta uma crescente insegurança tributária.
No centro dessa tensão está o ICMS — Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços — que, ao incidir (ou não) sobre a energia elétrica gerada e injetada pelas usinas solares, pode alterar significativamente o payback de um projeto.
E mais: com a Reforma Tributária em andamento e interpretações divergentes entre estados, o risco fiscal deixou de ser apenas jurídico — passou a ser estratégico.

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços): O ICMS incide sobre a energia elétrica consumida da rede pública. No entanto, para sistemas de geração distribuída, como os de energia solar fotovoltaica, o ICMS é isento para a energia excedente gerada e injetada na rede.
Como o ICMS afeta diretamente a rentabilidade de uma usina solar
Em 2025, muitos estados ainda adotam a isenção parcial ou total do ICMS sobre a energia injetada por micro e minigeradores, com base no Convênio ICMS 16/2015. Mas esse cenário é instável.
Veja os impactos práticos:
- Insegurança jurídica: Goiás, por exemplo, iniciou a cobrança de ICMS sobre a TUSD mesmo com o convênio em vigor — provocando reações do setor e liminares judiciais.
- Aumento no tempo de retorno: em projetos de médio porte (500 kWp a 5 MWp), a incidência do ICMS pode adicionar 6 a 12 meses ao payback previsto.
- Redução da margem do investidor: sem estrutura fiscal adequada, parte do retorno projetado é corroída por tributos inesperados — ou não previstos no CAPEX.
Dados e fatos recentes (2025)
📌 Goiás iniciou a cobrança sobre a TUSD em janeiro/2025. A Justiça concedeu liminar suspendendo a medida, mas o caso segue em disputa jurídica.
📌 Reforma Tributária (EC 132/2023) abre brecha para revisão e revogação de convênios estaduais como o 16/2015 até a entrada do novo IVA, prevista para 2027.
📌 Aneel reconhece que a “volatilidade tributária é hoje uma das principais barreiras para a previsibilidade financeira da geração solar descentralizada”.
📌 Estados como MG, SP e RS mantêm isenções parciais, mas cada um com regras próprias — criando complexidade para investidores com portfólio nacional.
Os três grandes riscos do ICMS para quem investe em energia solar
- Risco de retroatividade
Cobranças indevidas feitas por concessionárias ou estados podem gerar autuações fiscais retroativas, impactando anos anteriores. - Risco de assimetria regulatória
Projetos em diferentes estados podem apresentar retorno desigual, mesmo com estruturas técnicas idênticas. - Risco de passivo oculto
Empreendimentos vendidos ou transferidos sem regularização tributária podem carregar dívidas invisíveis no momento da negociação.
Como a MTX26 protege investidores e empreendedores desses riscos
A MTX26 adota um modelo full EPC + inteligência regulatória, o que garante uma abordagem multidisciplinar desde o início do projeto:
- Análise fiscal por estado, com cruzamento de normativos, convênios e decisões judiciais;
- Simulação de payback com cenários tributários (com e sem ICMS);
- Modelagem contratual que antecipa riscos jurídicos e transfere responsabilidades com clareza;
- Recuperação de créditos de ICMS sobre insumos, em parceria com escritórios tributários especializados;
- Monitoramento contínuo de jurisprudência e projetos de lei, para garantir que o projeto se mantenha competitivo durante todo o ciclo de vida.
Estratégias fiscais para reduzir o impacto do ICMS
✔️ Estruturação via SPE com perfil tributário adequado
✔️ Aproveitamento de créditos de ICMS sobre equipamentos, frete e operação
✔️ Cláusulas contratuais prevendo adaptações fiscais futuras
✔️ Análise detalhada da TUSD/TUST antes da definição da distribuidora
✔️ Negociação com estados para obtenção de regimes especiais ou isenção plena
O que esperar nos próximos anos
Até 2027, com a transição para o IVA Dual (Reforma Tributária), a tendência é que o ICMS sobre energia seja unificado, mas até lá, o cenário segue fragmentado e politicamente sensível.
Empresas e investidores que não modelarem corretamente os impactos fiscais em seus projetos correm sérios riscos de prejuízos operacionais, litígios e desvalorização dos ativos.
Conclusão
No setor de energia solar, a rentabilidade começa no entendimento do risco tributário. O ICMS, embora pareça um detalhe, pode ser a diferença entre um ativo de alta performance e um passivo judicial.
Na MTX26, antecipamos esse cenário para garantir que cada usina seja mais do que tecnicamente eficiente: ela seja economicamente segura e estrategicamente rentável.